Eu poderia lhe recitar palavras num momento tão perfeito como este, mas já é madrugada, e você não está tão presente como eu desejaria. E ainda que estivesse pertinho de mim, as palavras talvez não saísse, e me deixariam como sempre sem ter como agir. As palavras sempre são uma armadilha para aqueles que não conseguem completar o que dentro de si se manifestam, as coisas saem com um grau de intensidade enorme, e acabam por desmerecer os momentos mais simples que possam existir. Mas, ainda assim há necessidade de compreensão, e a maneira pela qual você me deixa falando sozinha, ou até busca contornar a minha forma cansativa de expor o que eu acho que esteja correto, me magoa, fere de tal forma magnífica, ela chega sem motivos, e quando dou por mim, elas ultrapassam as vertentes do que eu deveria controlar. Na verdade eu sempre escondo coisas de você, tentando evidenciar somente o que nos for realmente necessário, não quero acabar como tantas outras que buscavam melhorias em você, mas te faziam perder a vontade de tê-las por perto, e a falta de entendimento poderia nos prejudicar muito. E não pense que eu escondo segredos, escondo ou não exponho por não querer encher sua cabeça com problemas banais, com atitudes mimadas da minha parte, que só fazem de certa maneira aumentar o foco das mesmices do meu dia-a-dia. Deposito tanta coisa em você, e com a sua gentileza eu posso acreditar que não lhe faço mal, acredito que não lhe faça mal, porém elas poderiam tomar um rumo de solução sem que chegasse a você como um problema a ser resolvido a dois. Mesmo assim penso de uma maneira conjugal, somos ou não um casal?
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