Era um dia de inverno, ou será que era de outono? Não sei, nunca soube.
Lá do outro lado do céu, eu consegui ver, as nuvens não quiseram ficar. Estavam todas acima de mim, e a chuva estava bem pesada – você me entende, não? Alguns ventos passavam bem pertinho de mim, eu os sentia, mas guardei meu corpo escondido por um muro. Eu vi muitos carros passarem pela minha frente e também percebi que muita gente me olhava, ou será que olhava para ele? Com seu casaquinho azul-marinho e vermelho, com seu pequeno corpo não escondido do vento, segurava minha mão com uma das suas pequeninas, enquanto a outra ficava bem perto do queixo, fechada, com aqueles dedinhos brancos, mas não tanto, e de unhas cortadas. Ele olhava para longe, para um lugar que só ele podia ver, e eu ficava observando-o assim, desse jeito tão pensativo, de boquinha fechada, com os belos fios de cabelo claros e bem finos…
Em nenhum momento, quando a chuva bateu em seu braço ou face, ele reclamou ou virou os seus olhos, que pareciam tristes, para os meus, embora eu quisesse encará-lo. Olhando-o, não consegui me conter, e querendo muito, mas sem perceber, peguei sua mão, aquela que ficava próxima ao queixo, e levei-a até meu nariz. Senti o aroma de criança e o contato com sua pele fria e lisa. Depois eu beijei aquela mãozinha, e eu já estava sorrindo – era muito para mim. – Sem parecer se alterar – como se ainda visse algo que apenas ele podia enxergar, embora tivesse noção de que havia se atrapalhado todo após meu roubo de carinho –, finalmente virou os olhos para os meus, que aguardaram esse momento. Aqueles olhos castanhos escuros que ficavam abaixo de uma sobrancelha fininha… Disse-me: “Por que você fez isso?”. Sua voz estava calma, como costumava. Eu achei incrível como aquele humano conseguia ser daquele jeito. Sem pensar muito, respondi rapidamente: “Porque eu te amo. Você não gosta do meu amor?”. Seus olhinhos logo se tornaram cor de amêndoa. Nos cantos de sua boca algo parecia fluir naturalmente. Eu acho que ficou envergonhado. Querendo esconder um forte sorriso – o que ocorreu sem êxito, de modo que sorriu desajeitadamente –, ele deixou-me segurando suas mãos – o que eu realmente gostei, além do fato de vê-lo sorrir por minha causa – e voltou o rosto para o lugar onde deveria estar aquilo que antes olhava, mas tudo havia mudado para melhor, nada seria como antes…
Em nenhum momento, quando a chuva bateu em seu braço ou face, ele reclamou ou virou os seus olhos, que pareciam tristes, para os meus, embora eu quisesse encará-lo. Olhando-o, não consegui me conter, e querendo muito, mas sem perceber, peguei sua mão, aquela que ficava próxima ao queixo, e levei-a até meu nariz. Senti o aroma de criança e o contato com sua pele fria e lisa. Depois eu beijei aquela mãozinha, e eu já estava sorrindo – era muito para mim. – Sem parecer se alterar – como se ainda visse algo que apenas ele podia enxergar, embora tivesse noção de que havia se atrapalhado todo após meu roubo de carinho –, finalmente virou os olhos para os meus, que aguardaram esse momento. Aqueles olhos castanhos escuros que ficavam abaixo de uma sobrancelha fininha… Disse-me: “Por que você fez isso?”. Sua voz estava calma, como costumava. Eu achei incrível como aquele humano conseguia ser daquele jeito. Sem pensar muito, respondi rapidamente: “Porque eu te amo. Você não gosta do meu amor?”. Seus olhinhos logo se tornaram cor de amêndoa. Nos cantos de sua boca algo parecia fluir naturalmente. Eu acho que ficou envergonhado. Querendo esconder um forte sorriso – o que ocorreu sem êxito, de modo que sorriu desajeitadamente –, ele deixou-me segurando suas mãos – o que eu realmente gostei, além do fato de vê-lo sorrir por minha causa – e voltou o rosto para o lugar onde deveria estar aquilo que antes olhava, mas tudo havia mudado para melhor, nada seria como antes…
Por: Ítalo Héctor de Medeiros Batista
Eu já havia lido, Dido. hmmm. Pelo some distant sea... Faz séculos. Rebloguei e tudo. E eu tenho uma imagem linda e maravilhosa desse menininho, own... Adorei *-*
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