segunda-feira, 29 de novembro de 2010

E no fim

Faça-se de uma flor pra mim.
E seja o que for, de mansinho,
toca noutra flor com carinho
mas volte no fim.

Por: Ítalo Héctor de Medeiros Batista

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Suspiros Raivosos

Eu me sinto angustiado. Sinto-me preso a uma cadeia de emoções que vem e que vão; que são esquecidos, depois perdidos; angustiados, retornam nuns suspiros desses que trazem como companhia uns pensamentos que depois fazem com que eu me sinta envergonhado pelo que ousei imaginar; ou acontece que eu nem suspiro e nem nada, apenas me perco em meus pensamentos e em minhas lágrimas, “absortando” por meio de mais, e cada vez mais, sentimentos.


Por: Ítalo Héctor de Medeiros Batista

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Extravagância

Possuir o seu corpo, navegar nos seus sonhos e levantar hipóteses certas dos seus pensamentos. Eu preciso que você me ame na mesma fantasia louca que eu te amo, e mesmo que eu não consiga tudo isso não irei desistir, mostrarei valentia em minhas atitudes, e enxugarei minhas lágrimas, precedidas de uma risada extravagante que eu darei quando você me implorar paciência, porque mesmo sendo impossível o que você me pede, eu vou acabar louca, muito mais do que você diz que eu seja.

sábado, 20 de novembro de 2010

Quente e Terno

Um alguém esperava um ônibus num lugar qualquer, essa seria a melhor alternativa para alguém poder pensar e aproveitar o tempo, para tentar descansar e descarregar todo um sentimento que há pouco havia velado. Foi num dia quente, e, normalmente, o céu estava azul. As nuvens eram como sempre foram – aparentemente brancas.
O ônibus veio se aproximando, mas agora havia duas pessoas, que eram jovens e que nunca haviam se visto.
Na correria do dia, essas duas pessoas foram se aproximando da entrada do veículo, e algo que foi pedido por ambas para que não acontecesse, aconteceu! No momento em que uma se “preparava” para subir no transporte, a outra fazia o mesmo, e foi tudo sem querer.
- Poder entrar primeiro. – um disse, mas fez isto com um sorriso envergonhado e feliz – por incrível que pareça – no rosto, o que deixou o outro um pouco mais envergonhado, no entanto, também encantado. Vale dizer que aquele que não havia dito nada, ficou por assim mesmo. Diante do nervosismo, esqueceu de pedir obrigado, e então, como forma de tentar mostrar que estava realmente agradecido, no ônibus, passou toda a “viagem” sorrindo, e para tua surpresa, esses sorriso realmente tinham motivo.
O primeiro: Alguém tinha sido muito belo.
Segundo: A poeira da cidade, as folhas, os panfletos, o sol, o vento, as pessoas – e inclusive as nuvens –, tudo caia no asfalto e dava um belo de um espetáculo. A cidade se transformava lentamente numa luz laranjada e brilhosa, o vento levava as folhas caídas, que bailavam como dançarinas, para o chão e depois para o céu, retornavam ao chão e depois iam ao céu ou uma pessoa. Tudo era muito bonito e o clima estava esfriando...
A noite flertava e as luzinhas coloridas encorajam o sentimento. Tudo era muito agradável, e o choro seria uma ótima companhia. Não havia mais motivos para se incomodar. Não havia mais mortes para chorar. Não havia coração para se machucar. Não havia mais um amor que ficaria apenas para recordar... Não havia... Ao menos neste instante não havia no que pensar, pois o mundo queria dum alguém apenas a admiração, e isso seria o bastante.


Por: Ítalo Héctor de Medeiros Batista

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Coragem e pudor para entender

Novembro sempre lhe remetia tristeza. Todo ano acontecia alguma coisa naquela data frustrante de nomenclatura vinte e três; e mesmo sendo em pleno verão, onde a estação costumava esquentar o sentimento das pessoas, com ela não, tudo acontecia diferente do esperado. E ela não gostava dessa idéia de ser diferente, passar pelas pessoas e ser percebida não pelo o que realmente queria, mas o que sua imagem costumava refletir aos outros. Estranhos ou não, esses indivíduos que a observava, acabava por lhe incomodar, e como sua vida estava de “pernas pro ar”, ela resolveu silenciar e não se perturbar com esses olhos monstruosos que lhe vigiava os passos.
Noite por noite ela derramava uma lágrima pela sua solidão rotineira que lhe fazia findar os olhos em completo desespero. Em determinados momentos seus refúgios ao ar da brisa molhada, incentivava sua melancolia em não possuir o que queria, e por motivos banais, podendo até ser depositado em seus êxitos de fracasso pelo medo de mostrar o quanto era grande seu coração. Calava, tentava irresistivelmente reverter a sua condição penosa, mas mesmo assim o deus que acreditava não estava sendo invocado tão fortemente como as pessoas amigas lhe diziam, e ela tentava pensar que não, porque se assim fosse, não poderia ter conquistado o que mais desejava em sua vida, e essa vitória não se deu por rezas, porque ela não acreditava em rezas, e sim em buscas inesperadas e também em sua fé.
E os dias passavam. Não agüentava passar sua vista nos ponteiros do relógio e ver que por ela, eles nada faziam. Cruel. Não pensou em desistir, por mais que tantas vezes o desespero batesse em sua porta, e intercedesse pela sua desistência nessa situação ao qual se encontrava sem solução. Por muitas vezes pensava não ter fé, mas eram nesses momentos de profundo declínio que as faces se mostravam claras, e trazia a ela que nada material poderia fazê-la desistir, aliás, ela era tão forte espiritualmente, sendo possivelmente doloroso de aceitar, até porque a força de vontade que tinha não simbolizava completamente nada, o que lhe deixava sem ânimo, revertido talvez, mas que não lhe proporcionava o melhor do seu dia. A continuidade dos fatos não poderia ser contada de outra maneira, porque além de tudo, ela não era a menina sem defeitos como muitos pensavam que ela fosse; era normal, cheia de imperfeições, repleta de fantasias e assim como poucas pessoas, tinha sorte de possuir um grande amor.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Diário

“É um diário? Ah, deixa-me ver, por favor!”; e então se desvencilhou do braço, do abraço quentinho. Sua boca moldava um teatro infantil que era lindo. Seu longo cabelo cheio, ondulado e castanho cheirava muito forte, era muito bom. Mas o outro humano queria que deixasse logo o lindo teatro para poder retornar  ao lugar que ficava entre seus braços, no peito.
As duas pessoas miraram o pequeno caderno que estava entre os dedos de um deles, e logo depois se olharam sorrindo. A outra falou:
“Talvez um dia, quando eu puder. Não irei me esquecer de você, será a primeira a quem vou mostrar. Fico muito feliz por saber que ao menos uma vez alguém quis descobrir quem verdadeiramente sou.”

Por: Ítalo Héctor de Medeiros Batista