sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Um marco

Sua pressão arterial havia subido muito. Depois daquele enorme dizer ela não sabia controlar seu coração e a pulsação que conduzia a velocidade de seus batimentos cardíacos. Sua reação poderia não ter sido uma das melhores, até porque ouvir algo daquela espécie era como conquistar a vida e a vitória de ter vindo e vivido o que realmente queria. Agora já poderia morrer, mas morreria realizada por tudo que estava fazendo ao lado dessa pessoa.
No dia anterior tinha escutado que ele era uma ótima pessoa, e ela não havia escolhido errado a quem deveria amar. Uma experiente tinha lhe dito o que passava em sua cabeça há séculos, poderia até ser citado que aquilo rondava a sua cabeça antes mesmo de tocá-lo, porque a certeza não era em vão, era algo imaterial.
Nada explicava o que acontecia com ela quando se aproximava dele, e sentir o seu rosto sonso observando os seus contornos era algo familiar, mais que carnal, eles já se amavam antes mesmo de nascerem.
Não foi preciso palavras no momento que antecedia sua revelação, a respiração paralisada dele foi o bastante para alertar que algo de novo iria acontecer, e quando antecedia sua fala por um silêncio curioso, ele não se continha, sabia da inquietação dela, e assim desabafava o que estava preso na sua garganta. E não foi diferente quando ele soletrou aquelas palavras com o olhar baixo, como se estivesse direcionado para os lábios dela, dizendo tímido e perguntando ao mesmo tempo se ela conseguia entender o que se revolucionava em seu peito. Nada o que ela temia lhe atingia naquele instante, e mesmo sem conhecer o futuro que tinha nas mãos, ela já se entregava por inteira, e estava protegida.
E depois daquele imenso carnaval em seu coração, em que ela poderia contribuir? Retornar a sua fala, repetindo o que ele havia dito, mas ela não estava pronta, tremia, só não chorava como imaginava que iria acontecer. Morria de medo que ele não entendesse o que ela estava sentindo, ela resolveu falar, e como falava demais, foi explicando o que estava sucedendo aquele marco em sua vida, e fez até uma comparação horrenda com um marco histórico, e deitado em suas pernas, ele mostrou um sorriso meio de lado, e levantou, beijando-a e abraçando-a como se tudo estivesse resolvido, mesmo sabendo que o seu futuro poderia atrapalhar a alegria que ela estava compartilhando com ele naquele momento, e alguns minutos atrás tinha tirado dela lágrimas sangrentas, aliás, ela sofria muito em pensar que tudo o que poderia afastá-los se resumia em tempo e espaço. Mas ele não se cansava. Repetia para deixá-la confiante que nada poderia separá-los, nem mesmo a morte!

Um comentário:

  1. Bom, eu gostei do inicio e do fim,
    entretanto o meio não se relacionou
    muito bem com o fim...
    é como se ela confiasse nele
    o- amasse, "ela já se entregava por inteira"
    mas dpois se seentiu insegura,
    ele parece ser confiavel mas ela ainda
    temia que ele a- deixac..

    Enfim, adorei lê suas palavras
    Apesar de minhas criticas
    nunca terei uma imaginação
    tão fértil quanto a sua. Parabéns =]

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