Não se saberá muito sobre os personagens, eles não terão nome. São dois garotos, um mais velho e outro mais novo, juntos não somam 16 anos, e não há muita diferença de idade entre eles, mas existe.
O mais novo ia andando pelo quintal da casa, o Céu nublado e ele olhando a pedra suspensa no ar que alguém havia jogado para tentar pegar uma pipa que ele se recusara a dar e ameaçara a jogar pedra em quem pulasse o muro. Seu amigo, o mais velho que nem era tão velho assim,e por isso não se gostava, apareceu no seu portão,chamando-o bem de baixinho, só para, e apenas o outro escutar.
Os dois se encontraram no portão, a falta de luz no começo da tarde selando o pouco de amizade e palavra que haviam entre esses dois. Os olhares diziam tudo, e mais tarde, um deles , e no final você adivinhará qual, disse a uma garota que são só olhares que significam exatamente nada, fazendo assim, uso da ironia que lhe faltava, e lhe dando ar bobo de adolescente bobo.
Ficou subentendido que o objetivo era saírem para a rua, e no decorrer do percurso só era claro para o mais velho o objetivo de chegar. Foi depois que o mais novo descobriu, quando chegaram ao um campo perto de onde moravam, que vivia deserto, em interminável construção.
Ele ainda não haviam se falado, os olhos do mais velho estavam cheios de vermelho, cheio de comichar, cheio de lágrima e de raiva.
Subiram uma escada alta de cimento, e no chegar do fim, como ela era toda sozinha, só com o chão e sem paredes nos lados, ficaram de pé, um olhando o outro. O mais velho olhava para o chão, o mais novo olhava em direção ao mais velho, mais não o via, via o horizonte atrás do amigo inesquecível e cheio de si e da vida.
- Você é testemunha de tudo que me ocorreu! Você saberá, mais tarde, depois de eu te dar às coordenadas, o propósito de tudo e do fim! Da minha partida!
- Eu não entendo. – conversou o mais novo.
- Eu lhe disse que depois do que ocorrer aqui, quando você fazer o que eu pedir, você vai entender.
- Você fala estranhamente, eu não entendo nada. Use as palavras direito, e de o sentido puro!
- Você será como eu, mas vai fazer melhor!
- O que você quer de min?
- Quando eu terminar de fazer o que vim fazer, você vai à minha casa, chamará meu pai, rezará por minha mãe e dirá a ela que eu estou indo para seus braços. Tendo feito essa primeira parte, dirá você à meu pai para ele vir aqui me ver, e antes disso você não poderá me tocar, nem um abraço eu posso te dar. E quando ele sair, você vai entrar em minha casa, pegará os meus cadernos que estão na mesa, e saberá de tudo.
- Porque você não me diz agora? E se eu fracassar? Vai dar tudo errado, eu sei que vai dar!
- Deixe de ser pessimista! Eu sei que vais conseguir!
- Então me diga como eu irei falar com tua mãe, se tu mesmo não sabe onde ela está! Tu disse que nunca viu.
- Eu sei onde ela está, e é pra lá que eu vou!
- Tá, e depois de ler teus caderno, o que vou fazer ?
- Você vai ler e entender, será o único a me conhecer, nem Deus me entende!
- Não fale isso!
- Tchau meu amigo! Agora, olhe para o horizonte, e quando descer, não olhe para baixo nem para os lados. Não tente me abraçar e nem nada.
- Ta, mas, depois que teu pai sair, eu posso vir aqui te visitar?
- Não, deixe que eu apareço pra ti!
- Ta, não demore!
- Vou fazer o possível!
Então o mais novo foi andando, descendo a escada. Já estava longe, tentou olhar para a escada, mas não conseguiu, e sem saber, chorou. Chamou o pai do amigo, mais esse não quis sair de casa, implorou, e o outro disse que só mais tarde. Então não pegou os cadernos, não pediu. Não fez nada, fracassou.
Olhou para a escada, que dava para se ver de longe. Mas o amigo não estava mais em cima dela, então pensou que ele estaria furioso e estava voltando para batê-lo.
Correu para, casa, se trancou e esperou-o. Esperou tanto que cansou. O amigo nunca veio, mesmo com o passar dos anos. Só depois ele soube que a tal mãe que ele deveria ligar estava morta. Não deu para fazer nada.
Em noite, ele se perguntava e perguntava ao vento: Amigo, onde estás?
E só depois percebeu que o fim da escada era o fim da vida...
Por: Ítalo Héctor de Medeiros Batista.
ok. O que estava escrito no caderno? Que pai medíocre, esse. Que droga. Que texto!
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